27 de outubro de 2008

Uma poesia, um jornal, uma vida

A poesia de sua essência e profissionalismo está evidente a cada palavra pronunciada. Sandra Regina Mathias, 51, jornalista, escritora e poetisa, numa entrevista informal com seus alunos, revela passagens de sua vida pessoal e profissional.
Estudante de jornalismo no período da ditadura militar, uma época de repressão aos anseios que são peculiares à profissão, foi afastada de seus sonhos e dedicou-se a família. Morou por 20 anos na capital do Rio de Janeiro e, ao voltar para sua terra natal, São Paulo, retomou seus estudos, recuperando sua maior aspiração: ser jornalista.
Devoradora de livros desde de sua adolescência, e inspirada em grandes escritores como Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Jorge Amado e outros, aos 38 anos reuniu as poesias que escrevia quando pequena e lançou seus dois primeiros livros.
Com a nobreza e sutileza de uma poetisa, sabe que seus livros não tiveram grande marketing por ser não ser conhecida na mídia, “o mercado não dá chances para os anônimos, e muitos talentos se perdem pela falta de esperança”, diz Sandra.
Seu maior projeto nasceu na defesa de seu TCC (trabalho de conclusão de curso) quando ainda aluna, pesquisando e escrevendo a história do menino Ives Ota, assassinado aos 8 anos após seu seqüestro.
O que antes era apenas um trabalho acadêmico virou o livro “O poder do Perdão”, não só por descrever a história que chocou o país, mas por expressar sentimentos de dor e perdão da família que perdeu seu filho amado., quando questionada sobre o momento marcante desse desafio conta “O momento mais difícil foi lidar com a dor dos pais”.
Dentre todos os sonhos e objetivos a alcançar, revela que ainda não está realizada profissionalmente, mas vê perfeição todos os dias, em sua família, amigos, tudo que se dedica e faz, “o dia mais perfeito é o dia de hoje”, diz com sorriso no rosto e esperança no olhar.

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